venerdì 2 novembre 2012

M1 Unip TCC


Aluno: Benedito M.
SUMÁRIO


I- INTRODUÇÃO
      1. NOÇÕES GERAIS DE LEITURA E SEUS MEDIADORES
1.1. O PAPEL DO PROFESSOR DAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL NA FORMAÇÃO DE LEITORES EFETIVOS.......................................................................................
1.2. A BIBLIOTECA, UM ESPAÇO DE LEITURA, INTERAÇÃO E DESCOBERTA.................................................................................
1.3. A CRIANÇA E O LIVRO …..........................................................................................
1.4. LINGUAGEM E LEITURA.........................
2.0. A IMPORTÂNCIA DO USO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E A LITERATURA DE CORDEL NA ESCOLA PARA PROMOVER NA CRIANÇA O PRAZER DE LER...................................................................................................................................................
2.1. S HISTÓRIAS EM QUADRINHOS ….........................................................................
2.2. A LITERATURA DE CORDEL NA ESCOLA...............................................................
2.3 A LITERATURA DE CORDEL COMO RECURSO.......................................................
3.

4. CONCLUSÃO...............................................................................................................................
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................................




















RESUMO
A literatura é um instrumento facilitador, que ajuda o professor da educação básica a comunicar, transmitir os conhecimentos e as lições que ele tem para passar a seus alunos. Com os recursos dos contos de fada, das histórias em quadrinhos, dos livros ilustrados o professor tem condições de se aproximar do universo da criança e criar um ambiente especial de ensino-aprendizagem, em que as crianças podem obter conhecimentos, de forma prazerosa e lúdica, certamente, seria muito mais difícil o desenvolvimento intelectual delas sem estes recursos. Para isso se faz necessário utilizar com mais eficiência os ambientes da escola, como a sala de aula, o laboratório de informática e, com uma atenção especial, a biblioteca, porque é , que os livros ficam a disposição de todos, estes objetos que serão mais usados durante a vida acadêmica, para consultas, leituras e pesquisas. A ação do professor no sentido de incentivar os alunos a leitura, promovendo atividades onde eles possam perceber o uso prático da linguagem, será de fundamental importância para o afeiçoamento destes alunos aos livros e aos estudos.

Palavras chaves: Literatura; Escola; Criança, biblioteca, professores.












A INFLUÊNCIA DA LITERATURA PARA CRIANÇAS NO DESENVOLVIMENTO DA LEITURA

I- INTRODUÇÃO
Nos primeiros anos de vida, a criança está em processo de adaptação ao novo mundo, está conhecendo sua família e seu entorno doméstico. O que ela escuta: as conversas, as histórias dos adultos representam algo ainda muito confuso, um pouco sem sentido para percepção infantil.
A criança vive no seu mundo imaginário, onde pode se comunicar com tudo a sua volta, do seu jeito próprio, conversa com seus brinquedos, com os animais e até com seres invisíveis que povoam sua mente fértil. Isto, na maioria das vezes, gera um pouco de preocupação nos adultos, principalmente os pais, que não estão acompanhando ou não estão entendendo o processo de desenvolvimento da criança.
Quando chega a idade adequada para ir à escola, a criança é submetida a um novo ambiente social. Agora ela precisa interagir com outras pessoas, até então, desconhecidas para ela, isto é, os professores, os coleguinhas, as merendeiras, o diretor, isto representa outro sistema hierárquico um pouco diferente do que ele absorvera em casa. Neste contexto a escola precisa desenvolver várias atividades que possibilitem a criança integrar-se consigo mesma e com os outros, fazer com que ela entenda o mundo onde está inserida e cresça como ser humano.
Entre estas atividades, que a escola precisa promover, está o uso da literatura como instrumento de apoio, instrumento facilitador para criança começar sua caminhada no universo escolar, e, dá passos mais definitivos e com significados na sua autoconstrução como indivíduo. Como afirma Costa (2010, p.23) “A Literatura Infantil é literatura e, nesse sentido, é arte e tem sua especificidade no sujeito a que se destina – a criança, e sua respectiva cultura – a infância”. Neste sentido, com a utilização da leitura, da escrita, das narrações das históricas dos contos com gravuras, do uso do teatro de bonecos, de canções e outros modalidades de atividades didáticas na escola, a criança vai se preparando para melhor lidar com a sua vida cotidiana.
Considerando os pontos levantados acima, neste trabalho vamos abordar a importância do papel do professor como indutor na formação de bons leitores e amantes dos livros, bem como o uso das histórias em quadrinhos e literatura de cordel em sala de aula, tornando-os instrumentos para atrair as crianças para leitura, e demonstrando a utilização da biblioteca, este lugar muitas vezes esquecido nas escolas, que pode ser explorado de forma mais frequente por parte dos professores para estimular os alunos à leitura.




CAPITULO I

1.0. NOÇÕES GERAIS DE LEITURA: SURGIMENTO NA EUROPA E NO BRASIL

Tendo surgido como reflexo de algumas transformações sociais, a literatura, desde sua origem, instiga uma reflexão que procura definir seu estatuto no contexto das artes em geral. Tal preocupação deve-se à especificidade do gênero que, destoando de outras formas de manifestação artística, já nasce com uma destinação precisa, definida pelo adjetivo que o caracteriza. Nesse sentido, observamos travar-se em seu cerne uma luta entre o conceito de literatura enquanto construção lingüística que se define por sua autonomia e o designativo “infantil” que invoca um recebedor determinado, obrigando o gênero a “atender aos interesses” desse receptor. A compreensão e, conseqüente, resolução desse impasse, fator determinante para aqueles que têm o gênero como objeto de trabalho, começa a se esboçar com traços mais nítidos quando nos situamos na origem do problema: o surgimento, na Europa, de textos destinados ao público jovem.
Associada a acontecimentos de fundo econômico e social, a origem da literatura para crianças ocorre no século XVIII, período em que a Revolução Industrial é deflagrada. Determinando o crescimento político e financeiro das cidades, a industrialização tem como reflexo direto a decadência do sistema medieval, baseado no feudalismo e na valorização do poder rural. Em substituição aos grandes senhores feudais, a burguesia se afirma como classe social urbana, incentivando a consolidação de instituições que a ajudem a atingir as metas desejadas. Entre essas instituições, destacam-se a família e a escola.
Interessado em fraturar a unidade do poder dos feudos, o Estado Absolutista passa a estimular um modo de vida mais doméstico e menos participativo publicamente, criando para tanto um determinado estereótipo familiar, baseado na organização patriarcal e no modelo de família nuclear. Visto que tal estereótipo representa o sustentáculo dessa nova forma de governo, para legitimá-lo foi necessário promover a criança, maior beneficiário dessa estrutura. Se até o século XVII ela era vista como um adulto em miniatura, a partir do século XVIII adquire um novo status, determinando a valorização dos laços de afetividade e não mais de parentesco e herança conforme previa o sistema medieval.
Detentora de um novo papel na sociedade e vista agora como um ser frágil, desprotegido e dependente, a criança passa a ser alvo de valorização e de proteção, sendo separada da hostilidade do mundo adulto ao qual tinha antes livre acesso. Esse protecionismo redunda em isolamento, tornando necessário o surgimento de instituições que preservem o lugar do jovem na sociedade e sirvam de mediação entre a criança e o mundo. É, nesse contexto, que surge a escola.
Numa sociedade em que o processo de modernização é flagrante em virtude da industrialização, cabe à escola adequar o jovem a esse novo quadro social. Isso é feito primordialmente por meio da alfabetização, habilitando a criança ao consumo das obras impressas que se proliferam no século XVIII como reflexo desse processo: aperfeiçoamento da tipografia e expansão da produção de livros. Alfabetizados, os jovens passam a necessitar de material adequado que supra essa nova habilidade adquirida, determinando o início dos laços entre a literatura e a escola.
Produto da industrialização e, portanto, sujeito às leis do mercado, o livro passa a promover e a estimular a escola, como condição de viabilizar sua própria circulação e consumo. Nesse sentido, sua criação, visando a um mercado específico cujas características precisa respeitar e motivar, adota posturas, por vezes, nitidamente pedagógicas e endossa valores burgueses a fim de assegurar sua utilidade. Surge, nesse momento, o grande impasse que acompanhará todo o percurso de evolução do gênero: arte literária ou produto pedagógico-comercial?
Longe de ser resolvido, tal impasse faz emergir um questionamento incômodo: se de um lado, tantas concessões interferem na qualidade artística dos textos; de outro, denunciam que, sem concessões de qualquer grau, a literatura não subsiste como ofício, ou seja, sem abrir espaço para a mediação do leitor no seu processo de elaboração, a literatura não se socializa. É na tentativa de resolver essa problemática que a literatura para criança e seu estudo vão ganhando relevância.
No Brasil, embora a literatura juvenil tenha surgido no século XVIII, foi somente no século XIX que, relativizando, ainda que de maneira incipiente, o flagrante pacto com as instituições envolvidas com a educação da criança, ela define com maior segurança os tipos de livros que mais agradam aos pequenos leitores, determinando suas principais linhas de ação: histórias fantásticas, de aventuras e que retratem o cotidiano infantil. Descoberto e valorizado esse interesse, o gênero ganha consistência e um perfil definido por meio do trabalho dos autores da segunda metade do século XIX, garantindo sua continuidade e atração.
É nesse contexto que a vertente brasileira do gênero emerge. Embora os livros para crianças comecem a ser publicados no Brasil em 1808 com a implantação da Imprensa Régia, a literatura juvenil brasileira nasce apenas no final do século XIX. Mesmo nesse momento, a circulação de livros para crianças no país é precária e irregular, representada principalmente por edições portuguesas que só aos poucos passam a coexistir com as tentativas pioneiras e esporádicas de traduções nacionais. Enquanto sistema (de textos e autores postos em circulação junto ao público), a literatura destinada ao jovem público brasileiro se consolida somente nos arredores da Proclamação da República.
Esse processo não é gratuito: no final do século XIX, vários elementos convergem para formar a imagem do Brasil como um país em processo de modernização, entre os quais se destacam a extinção do trabalho escravo, o crescimento e a diversificação da população urbana e a incorporação progressiva de levas de imigrantes à paisagem da cidade. Visto que essas massas urbanas começam a configurar a existência de um virtual público consumidor de produtos culturais, o saber obtido por meio da leitura passa a deter grande importância no emergente modelo social que se impõe, fazendo com que a escola exerça um papel fundamental para a transformação de uma sociedade rural em urbana.
Como elementos auxiliares nesse processo, os livros juvenis e escolares são dois gêneros que saem fortalecidos das várias campanhas de alfabetização deflagradas e lideradas, nessa época, por intelectuais, políticos e educadores, abrindo espaço, nas letras brasileiras, para um tipo de produção didática e literária dirigida especificamente ao público jovem.
Aberto esse campo, começa a despontar a preocupação generalizada com a carência de material de leitura adequado às crianças do país as quais contavam apenas com adaptações e traduções dos clássicos infantis europeus que, muitas vezes, circulavam em edições portuguesas cujo código lingüístico se distanciava bastante da língua materna dos leitores brasileiros. Em função da necessidade do abrasileiramento dos textos, aumentando sua penetração junto às crianças, o início da literatura juvenil brasileira fica marcado pelo transplante de temas e textos europeus adaptados à linguagem brasileira.
Uma vez que a escola é um ambiente privilegiado para a difusão desses textos, na medida em que nela se encontram os leitores-consumidores visados pelo projeto de alfabetização, a disponibilidade do mercado para o consumo por ela evidenciada justifica a repetição de fórmulas e a ênfase na missão formadora e patriótica dessa literatura para crianças.
Transformando o movimento de nacionalização em nacionalismo, a literatura lança mão, para a arregimentação de seu público, do culto cívico e do patriotismo como pretexto legitimador, conceitos que se manifestam por meio da exaltação da natureza, da grandeza nacional, dos vultos e episódios históricos e do culto à língua pátria.
Nesse sentido, se por um lado a preocupação com o destinatário juvenil motivou a adaptação que fez esses textos afastarem-se dos padrões europeus; por outro, o compromisso escolar e ideologicamente conservador atribuiu a essa literatura a função de modelo.


1.1 O PAPEL DO PROFESSOR DAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL NA FORMAÇÃO DE LEITORES EFETIVOS

Entre todos os agentes da escola, o professor é sem dúvida, quem mais tem o poder de transformar, de influenciar as crianças. Ele faz o contato direto e constante com os alunos. A sua presença, a sua interferência tem o potencial de produzir novos e bons leitores, novos pesquisadores, novos amantes dos estudos. Este processo se inicia nos primeiros anos de escola. O professor das séries iniciais precisa ser reconhecido e também se reconhecer como peça de fundamental importância no sistema de formação de amantes do saber.
A literatura no ensino fundamental pode e deve ser aliada do professor no processo de conduzir a criança de forma segura na jornada escolar, para isso, é essencial ele, o professor, ler pesquisar e conhecer as obras e os bons autores de literatura para crianças, interagir com os outros professores, e sempre buscar adequar os conteúdos encontrados nas obras literárias a sua realidade local e a de seus alunos. Com este cabedal de conhecimentos o docente terá efetivas condições de despertar o interesse dos alunos pela leitura. Segundo Costa (2010, p.158): “A relação entre literatura e escola deve ser intrínseca e explorada pelo professor na sua prática pedagógica. Explorá-la sem limites”.
E para ser bem sucedido nesta tarefa de despertar as consciências das crianças para leitura, o professor precisa ter desenvolvido sua capacidade técnica de manipular os recursos que estão ao seu alcance e ter disponibilizado um ambiente adequado na escola, para que possa aplicar as dinâmicas, que preparou visando à integração dos alunos com a leitura.
No uso da literatura para crianças em sala de aula, o professor deve se apresentar como elemento ativo e agente promotor de mudanças. Em uma narração de uma história, por exemplo, há momentos mágicos onde todos podem estar aprendendo, os alunos e o professor. Lições de bondade, de beleza, de justiça podem ser passadas de forma leve e divertida através do conto. Estes momentos de prazer certamente vão permanecer na memória de cada participante.
Segundo Freire (1999, p.80): “Ensinar exige alegria e esperança. [...] A esperança de que o professor e os alunos juntos podemos aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir aos obstáculos à nossa alegria”. A literatura promove isso, através dos contos é possível viajar, refletir, sonhar, perceber seus problemas através dos problemas dos personagens, e descobrir soluções para esses problemas. Se o professor se dispõe utilizar estes recursos de forma coerente e com bom- senso, certamente despertará o interesse de seus alunos pela leitura.

1.2. A BIBLIOTECA, UM ESPAÇO DE LEITURA, INTERAÇÃO E DESCOBERTA

As bibliotecas das escolas podem ser um espaço mais atraente para as crianças e adolescentes. Portanto devem ser mais divulgadas e incentivadas pelos professores para serem visitadas pelos alunos.
“Eu”, por exemplo, não me lembro ter ido a uma biblioteca na escola quando era estudante nos primeiros anos escolares, nem também depois, nunca ouvi de um professor, em mais de 14 anos de escola, um convite ou incentivo para ir à biblioteca, mas mesmo hoje, noto ainda certo abandono das bibliotecas das escolas, não no sentido de cuidado, elas na grande maioria das vezes estão arrumadas, os livros na estante estão organizados por assunto, em muitos casos tem até uma bibliotecária, mas falo no sentido de serem muito pouco visitadas.
A biblioteca, este ambiente especial da escola, merece receber um olhar diferenciado dos profissionais da educação. Os livros são a principal fonte, onde os professores e alunos buscam o conhecimento, e o local na escola reservado para eles ficarem, precisa ser visitado com mais frequência. Para isso, tornar a biblioteca um local atraente para os alunos de todas as faixas etárias é o grande desafio de professores, pedagogos, bibliotecários e diretores das escolas.
Existem vários projetos bem elaborados visando exatamente isto, apresentar a biblioteca como um ambiente atraente, onde se pode ler, aprender de forma lúdica e obter o conhecimento. As implementações destes projetos, evidentemente, devem começar desde as séries escolares iniciais, para poder ir formando um hábito nas crianças.
Nesta pesquisa, um destes projetos atraiu minha atenção, porque exatamente desfaz aquela ideia de biblioteca como um lugar fixo, austero, de apenas silêncio e introspecção, é o Projeto Biblioteca Para Primeira Infância, desenvolvido pelo Instituto Brasil Leitor, consultado via internet em 15/09/2012, que apresenta uma biblioteca versátil, que pode ser montada numa sala de aula, numa enfermaria de um hospital para crianças ou num espaço público, onde estiverem crianças. Os móveis, os livros, os brinquedos, tudo foi pensado para criar um ambiente de interação, aprendizado e prazer para as crianças. Este projeto, como tantos outros bem elaborados, pode servir como exemplo inspirador para todos os educadores.

1.3. A CRIANÇA E O LIVRO

O contato da criança com o livro pode acontecer muito antes do que os adultos imaginam. Muitos pais acreditam que a criança que não sabe ler não se interessa por livros, portanto, não precisa ter contato com eles. O que se percebe é bem ao contrário. Segundo Sandroni e Machado (1998, p.12) “a criança percebe desde muito cedo, que livro é uma coisa boa, que dá prazer”.
As crianças bem pequenas interessam-se pelas cores, formas e figuras que os livros possuem e que mais tarde, darão significados a elas, identificando-as e nomeando-as. É importante que o livro seja tocado pela criança, folheado, de forma que tenha um contato mais íntimo com o objeto do seu interesse.
A partir daí, ela começa a gostar dos livros, percebe que eles fazem parte de um mundo fascinante, onde a fantasia apresenta-se por meio de palavras e desenhos. De acordo com Sandroni e Machado (1998, p.16) “o amor pelos livros não é coisa que apareça de repente”. É preciso ajudar a criança a descobrir o que eles podem oferecer. Assim, pais e professores têm um papel fundamental nesta descoberta: serem estimuladores e incentivadores da leitura.

1.4. LINGUAGEM E LEITURA

O ser humano inicia a sua aprendizagem a partir do momento em que nasce. Nos primeiros contactos com o ambiente que o rodeia, com a mãe, com o meio familiar e, mais tarde, com o ambiente escolar e social, estabelece-se uma inter-relação que se vai aprofundando e modificando, de acordo com o próprio desenvolvimento. Nessa inter- relação actua a criança e o adulto, que “ensina”.
A linguagem é muito importante em todo o processo de desenvolvimento da criança, uma vez que vai ser o suporte de todas as aprendizagens e aquisições. Daí a criança ser capaz de comunicar, recorrendo a todo o tipo de linguagem oral, escrita, corporal e gestual.
A aquisição da linguagem pela criança processa-se de forma natural e espontânea, basta que seja exposta à língua da comunidade a que pertence, isto é, que ouça falar à sua volta e que falem. A linguagem adquire-se e desenvolve-se através do uso, do ouvir falar falando. Esta aquisição processa-se em várias fases e é condicionada por diversas influências, pelo que nem todas as crianças do mesmo nível etário apresentam o mesmo grau de desenvolvimento linguístico.
A linguagem vai progredindo e aperfeiçoando-se, à medida que são vencidas as várias fases, mas esta evolução necessita da intervenção do adulto, quer seja da família ou do professor. As alterações da linguagem podem surgir em qualquer umas das etapas e podem ser devidas a deficiências congénitas, mas também a factores de ordem sócio-cultural e sócio - económico do meio de onde provêm os alunos.
As dificuldades que algumas crianças apresentam no início da vida escolar manifestam-se nas matérias fundamentais, a leitura e a escrita, tendo como consequência dificuldades noutras áreas de aprendizagem traduzindo-se em fraco rendimento escolar. É ao iniciar a sua escolaridade (Ensino Básico) que se manifestam essas dificuldades na aprendizagem, dado que é no 2º e 3º anos do Ensino Básico que criança deve aprender a ler e a escrever, tarefa escolar que poderá transformar-se numa verdadeira angústia e numa enorme dificuldade caso não tenham sido adquiridos certos requisitos.
Estas dificuldades poderão levar a criança a rejeitar as aulas, a perturbar o ambiente da sala de aula, a recusar realizar as tarefas, falta de estímulo para estar na sala de aula, podendo mesmo conduzir ao desenvolvimento de uma personalidade conflituosa.
“Para que os alunos que chegam à escola, com uma variedade de origem diferente, alcancem o nível de mestria necessário no Português padrão, não pode esquecer-se que a simples exposição ao modelo fornecido pelo professor e por outros colegas não é suficiente, havendo que promover, na sala de aula, estratégias de ensino diferenciadas, direcionadas para este propósito específico.”
Este processo é simples e natural, mas exclui por completo o imobilismo. Para o professor consiste em ter ao mesmo tempo, e em interação permanente, dois cuidados: o de conhecer sempre melhor os “recursos” do aluno e o descobrir, sem cessar novos itinerários para os seus saberes.
O trabalho em conjunto, professor – aluno é uma forma de conseguir uma aprendizagem significativa para a criança, pois parte das necessidades do ator principal do processo pedagógico, que é a criança. Neste processo, a responsabilidade e a autonomia dos alunos são essenciais dado que eles são membros ativos da sua aprendizagem.
A linguagem individualiza-nos enquanto espécie e constrói-nos como sujeitos na medida em que nos permite conhecer, pensar, agir argumentar, sentir, abrindo-nos as portas do conhecimento.



CAPITULO II

2. A IMPORTÂNCIA DO USO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E A LITERATURA DE CORDEL NA ESCOLA PARA PROMOVER NA CRIANÇA O PRAZER DE LER

2.1. HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

As histórias em quadrinhos foram, por muito tempo, consideradas como coisa para criança. Mas na escola havia uma grande resistência no seu uso como objeto de leitura para criança, só a bem pouco tempo, alguns professores mais modernos, de forma ainda muito tímida, começaram a se utilizar das histórias em quadrinhos como objeto de leitura na sala de aula. Isso porque houve uma mudança de percepção, por parte do meio acadêmico, em relação às histórias em quadrinhos.
De repente, as histórias em quadrinhos, tidas como uma subliteratura prejudicial ao desenvolvimento intelectual das crianças, passam a despertar interesse nos meios cultos e serem analisadas com seriedade pelos estudiosos, como uma nova forma de manifestação artística e cultural. (ALVES, 1996, p. 2)
Para atrair as crianças para leitura o professor tem a sua frente um grande desafio, porque há concorrência por todos os lados, principalmente nos dias atuais, com tantas opções de distração, como é o caso da televisão, dos jogos eletrônicos, dos celulares repletos de recursos audiovisuais, dos computadores. A batalha não é simples para conduzir as crianças, fazê-las sentar e ler um livro com prazer. As histórias em quadrinhos, neste sentido, pode ser uma opção muito atraente para as crianças, porque combina vários fatores como afirma Alves (1996, p. 5) referindo-se aos quadrinhos:
O sucesso das histórias em quadrinhos baseia-se na forma de leitura que, sem forçar a mente a complicadas formulações, e sem exigir atualização no campo da teoria literária, ainda diverte. Crianças (até as não-alfabetizadas), adultos, professores, sociólogos, psicólogos, interessam-se por este meio de expressão, seja como “inocentes” leitores (principalmente no caso das crianças), ou interrogando-se sobre a importância das histórias em quadrinhos.

2.2. A LITERATURA DE CORDEL NA ESCOLA
O caso da literatura de cordel também merece atenção por parte dos professores, esta forma especial de se fazer literatura, pode aproximar o popular, o que é dito nas ruas, do que é aprendido nas escolas de forma acadêmica.
A linguagem da literatura de cordel é para ser falada, é para ser declamada, cantada, é feita para ser transmitida oralmente, embora esteja escrita em livretos em forma de rimas e versos. Em sala de aula o cordel pode ser usado pelo professor para desenvolver nos alunos a capacidade para falar em público, aproximar as crianças dos livros e da leitura.
Em nossa pesquisa encontramos no “you tube” um evento promovido pela biblioteca Monteiro Lobato e exibido pela TVE Bahia, em 11 de outubro de 2010, que ilustra bem o cordel, no lançamento do livro “Pai Francisco Entrou na Roda” de autoria do educador e cordelista Antonio Barreto e ilustrado por Antonio Cedraz. Neste vídeo vi uma criança declamando o livreto de cordel de forma bem natural e prazerosa.
A luta é grande para fazer das crianças amantes da leitura, mas a tarefa não é impossível, se percebe que existem alternativas, educadores atentos e dedicados, com amor e sabedoria, vão encontrar formas de vencer esta batalha. As histórias em quadrinhos, a literatura de cordel, a literatura para crianças em geral são recursos importantíssimos, que se bem usados pelo professor, poderão angariar muitas crianças para o mundo da leitura.

2.3. A LITERATURA DE CORDEL COMO RECURSO

O escritor Renato Campos já observava no final da década de 60 e 70 que, “levados pelo desejo de ler folhetos, muitos trabalhadores têm se alfabetizado” e que “os professores e assistentes sociais poderão encontrar na literatura de cordel, valioso auxílio para o bom êxito das suas tarefas.” (CAMPOS, 1977, p. 10). Por muitos anos o cordel foi um dos meios de alfabetização das camadas populares do interior do Brasil, em locais que não tinha escolas.
O cordel, no século XXI, tem seu espaço nas escolas para a alfabetização dos alunos e para o melhor entendimento dos conteúdos escolares. Também é utilizado em momentos de descontração.
Os folhetos de cordel são recursos interdisciplinar. Este trabalho tem como propósito analisar a viabilidade do cordel como recurso no ensino da História da literatura, relacionado-a com outras disciplinas a fins. Nesse sentido, os “folhetos de acontecido” ou “folhetos de época” são os mais instigantes para os professores. Maria Grillo aponta que “inúmeros são os eventos do século XX contidos nos folhetos que relatam o cotidiano da nossa História e nos quais são dadas representações diversas das contidas nos livros didáticos.” (GRILLO, 2006, p. 83).
“Os poemas de acontecido do cordel existem como crônica poética popular, de fato, documentando uma história popular que engloba cem anos da realidade brasileira.” (CURRAN, 2001, p. 27). É importante que o professor, a partir do tema relativo ao conteúdo programático que está trabalhando, faça um levantamento dos folhetos que podem ser utilizados na sala de aula.
Sendo assim, a escolha dos “folhetos de acontecido” contempla os objetivos expressos nos Parâmetros Curriculares Nacionais no processo de ensino e aprendizagem das disciplinas a fins. Da educação basica.

(...) são favorecidos os trabalhos com fontes documentais e com obras que contemplam conteúdos históricos. (...) O confronto de informações contidas em diversas fontes bibliográficas e documentais pode ser decisivo no processo de conquista da autonomia intelectual dos alunos. Pode favorecer situações para que expressem suas próprias compreensões e opiniões sobre os assuntos, investiguem outras possibilidades de explicação para os acontecimentos estudados. (BRASIL, p. 65)
A importância do cordel consiste também pelo fato de ser uma ferramenta que contribui para o desenvolvimento da leitura entre os alunos. Vitória Silva observa que “os professores de cada disciplina precisam agregar ao rol de variáveis que orientam seu trabalho mais uma: uma metodologia para o desenvolvimento da linguagem”; já os professores de literatura, especificamente, precisam estar comprometidos tanto em atingir objetivos que são próprios da sua disciplina, quanto com o “desenvolvimento da leitura e da escrita.” (SILVA, 2004, p. 71).
O cordel torna-se um “facilitador da leitura”. A sua linguagem é em forma de rimas. A maioria dos folhetos de cordel tem rimas nos formatos de sextilhas, com o segundo, o quarto e o sexto versos rimando entre si. Essa linguagem se torna mais fácil de ser compreendida pelos alunos.
A proposta de utilização do cordel no ensino de História não descarta o livro didático. Antes de utilizar os folhetos nas aulas, é necessária uma introdução do conteúdo. O professor deve primeiramente ministrar o conteúdo sobre a Era Vargas (geralmente incluído nos programas da 8ª série/9º ano e do 3º ano do ensino médio) com o livro didático, para depois fazer uso dos folhetos.
O professor deve demonstrar aos alunos os objetivos da atividade com o cordel. Os alunos devem saber para que vão ler os folhetos. Vitória Silva destaca que é fundamental que o professor esteja seguro de dois pontos: “que o texto selecionado de fato ofereça condições para se alcançar os objetivos propostos”, levando em conta se a linguagem está adequada à série dos alunos, e que “tanto o objetivo como o texto ofereçam motivação para a realização da tarefa”. (SILVA, 2004, p. 80).
Para a escritora motivação é “a garantia de que os alunos possuem os conhecimentos prévios que viabilizem a atividade, e que a definição do problema a ser resolvido por meio da leitura lhes seja significativa”. (SILVA, 2004, p. 80). Esses conhecimentos prévios viriam da introdução do conteúdo pelo professor a partir do livro didático. Assim, durante a leitura do cordel, os alunos irão reconhecer o assunto tratado.
Um ponto importante é o método a ser utilizado. O mais adequado ao se trabalhar com o cordel é a leitura coletiva, no qual os alunos realizariam a leitura dos folhetos em voz alta. Esse procedimento estimula a participação dos alunos nas aulas, sendo uma alternativa ao “modelo tradicional”, onde o professor era a “voz única” na sala.

2.4. A IMPORTÂNCIA DE OUVIR HISTÓRIAS

Ouvir histórias é um acontecimento muito prazeroso, para as crianças. Pode desperta o interesse das pessoas em todas as idades, mais principalmente as crianças. Se os adultos adoram ouvir uma boa história, a criança é capaz de se interessar e gostar ainda mais. Já que sua capacidade de imaginar é mais aguçada.
A narrativa faz parte da vida da criança desde quando nasce. Através da voz amada dos pais contando histórias e das canções de ninar. Das cantigas de roda, das narrativas curtas sobre crianças, animais ou natureza, etc. As crianças pequenas já demonstram seu interesse pelas histórias, batendo palmas, sorrindo, imitando algum personagem. A literatura é fundamental para a formação da criança. Que os professores conte muitas histórias desde a mais tenra idade.

CAPITULO III
3.



4. CONCLUSÃO
A literatura para criança tem um papel importantíssimo no processo ensino-aprendizagem . O professor através dos contos, das histórias em quadrinhos, da literatura de cordel, do teatro de bonecos e de todos os recursos, que a literatura possibilita, pode desenvolver inúmeras situações em sala de aula e na escola, que permite à criança compreender o mundo onde ela vive e inter-relacionar com sua vida, de maneira leve e divertida, sem perder o foco, que é o desenvolvimento do ser humana em seus múltiplos aspectos, tanto individual, quanto coletivo.
Na escola temos vários ambientes, cada um com sua função mais específica. A biblioteca, sem dúvida, é o local que precisa ser mais explorado por todos, principalmente os alunos e os professores, porque é lá que se encontra a principal fonte de conhecimento da vida escolar, o livro.
Aqui falo do livro não só da forma convencional, mas englobando todas as formas de livros, livros com gravuras, ilustrados, com dobraduras, com textos escritos e tudo que se possa imaginar de conteúdos e conhecimentos que seja possível de se passar através de um livro.
Para se formar bons estudantes é preciso torná-los autodidatas, e para isso, gostar da leitura e dos livros é pré-requisito básico, sem isso o aluno não vai conseguir avançar na vida acadêmica, e este processo é facilitado se foi iniciado desde cedo com os professores da educação, ensino fundamental.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAMPOS, Renato. Ideologia dos poetas populares do Nordeste. 2 ed. Recife: Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais; Rio de Janeiro: FUNARTE, 1977.
CURRAN, Mark. História do Brasil em cordel. 2 ed. São Paulo: Edusp, 2001.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 12. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
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